Exposição Imaginação da Pedra

A partir de 4 de novembro, às 15h, o Consulado Geral de Portugal em São Paulo abre suas portas para as obras dos artistas contemporâneos Manuela CostaLima e Pedro Vaz.

A exposição “Imaginação da Pedra” é gratuita e fica em cartaz até 2 de dezembro, sempre de segunda a sábado , das 10h às 18h.

No dia da abertura, 4 de Novembro às 16h terá lugar uma conversa com os artistas nos jardins do Consulado Geral.

A mostra é composta por obras inéditas, concebidas a partir de experiências em residências artísticas cruzadas dos dois artistas: enquanto o português Pedro Vaz fez uma expedição ao histórico Caminho do Ouro, entre Paraty e Ouro Preto, como parte de uma residência no Projeto Pivô, a paulistana Manuela CostaLima realizou uma caminhada de dez dias pelo trecho português do caminho de Santiago de Compostela como parte de um projeto de residência na Bienal de Cerveira, Portugal.

As obras transportam o público para as experiências vividas pelos artistas sem serem simples traduções de seus percursos. Elas expressam, de forma poética, as sensações, descobertas e o significado de viver uma situação de isolamento, risco, limite corporal e busca. Discutem a ideia de monumento, as camadas do tempo, as sobreposições de memória, história e vivência, atentando às particularidades dos distintos lugares – um estabelecido como uma rota de escoamento de ouro para Portugal e o outro, um percurso de fé.

 

Manuela CostaLima (1983, São Paulo, Brasil. Vive e trabalha em São Paulo)

Arquiteta formada em São Paulo, a cidade é um de seus principais locus de criação e inspiração. Em longas caminhadas, a artista busca lugares à margem, pouco percebidos na pressa cotidiana da metrópole. Em seus percursos, ela descobre cantos escondidos, recolhe materiais e registra sons e imagens que, por vezes, se traduzem e transformam em mapas, desenhos, fotografias e assemblages. Em outros momentos, a artista intervém diretamente na paisagem e reage ao que nela descobre sugerindo pausas, desvios e encontros fortuitos. Os espaços por onde passa são por ela transformados, mas o próprio caminhar constitui seu trabalho. Mais recentemente, Manuela tem realizado peregrinações em locais distantes e realidades desconhecidas com durações mais longas. Nestas experiências, ela vivencia desde situações de isolamento e silêncio, a momentos de solidariedade entre aqueles que caminham.

 

Pedro Vaz (1977, Maputo, Moçambique. Vive e trabalha em Lisboa)

Licenciado em pintura em Lisboa, seu trabalho artístico centra-se numa pesquisa em torno da paisagem, em uma reflexão acerca da capacidade de representação do artista e da condição representável da natureza. O contato pessoal, íntimo com o lugar é essencial em sua prática. Suas pinturas, vídeos e instalações desenvolvem-se a partir de situações de isolamento, de expedições arriscadas que o artista realiza em matas fechadas, rios, florestas, caminhos escondidos e históricos. No deserto do Arizona, nos Alpes, na Ilha da Madeira, na Mata Atlântica ou na Amazônia Brasileira. Pedro traduz as sobreposições de camadas e os apagamentos que ocorrem na natureza, na história e na memória em obras que transformam os espaços expositivos em câmaras de imersão às experiências por ele vividas.

Curadoria: Isabella Lenzi