ALERTA : Ébola

Decorre desde há alguns meses, na África Ocidental, um surto de doença por vírus Ébola afetando, até ao momento, Guiné-Conacry, Libéria, Serra Leoa e Nigéria.

O vírus identificado é 98% semelhante ao vírus Ébola Zaire, que está associado a elevadas taxas de letalidade.

Em seres humanos, a evidência obtida a partir de surtos relatados sugere que a principal via de transmissão do vírus Ébola seja por contacto com:
– sangue, secreções, tecidos, órgãos ou líquidos orgânicos de doentes vivos ou cadáveres ou com animais infetados, vivos ou mortos, ou através da manipulação ou ingestão de carne de caça (primatas, antílopes e algumas espécies de morcegos);
– objetos ou superfícies contaminados com sangue ou outros fluidos orgânicos de pessoas ou animais infetados, vivos ou mortos.

A transmissão do vírus ocorre apenas com o início dos sintomas. Não há evidência epidemiológica de transmissão por aerossol deste vírus.
Ocasionalmente, constatou-se que pode ocorrer transmissão através de contactos sexuais não protegidos com homens infetados, até 7 semanas após a cura clínica.

O risco de infeção é considerado muito baixo em visitantes e residentes nos países afetados, desde que não se verifique exposição direta a pessoas ou animais doentes. No entanto, existe um risco acrescido para os profissionais de saúde que pode ser minimizado se forem cumpridos os procedimentos recomendados para prevenção da transmissão da doença.

Não estão interditadas as viagens internacionais para as áreas afetadas, mas os cidadãos devem ponderar viajar apenas em situações essenciais, tendo em atenção o princípio da precaução.

Em 27/08/2014, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) recebeu a confirmação da atividade viral por Ébola na República Democrática do Congo (zona de Boende, na província do Equateur). Até ao momento, segundo a OMS, acredita-se que o surto agora notificado naquele país não tenha relação com a epidemia que decorre na África Ocidental.

A DGS continua a acompanhar a situação e adotará as medidas adequadas de acordo com a avaliação de risco, tendo em conta as características do agente infecioso e as suas formas de transmissão.

Em Portugal, até ao momento, não foi identificado nenhum caso desta doença, mas no dia 6 de Outubro, a Diretora-Geral da Saúde de Espanha informou a Direção-Geral da Saúde de Portugal que uma auxiliar de enfermagem adquiriu a infeção por vírus Ébola devido a contacto com doente que tinha sido evacuado da Serra Leoa;

Para informações mais actualizadas consulte o site da DGS: www.dgs.pt

Ao viajar para regiões afetadas:

O cumprimento das medidas de proteção individual é a única forma de prevenir a infeção.
– Siga as indicações das Autoridades de Saúde locais, cumprindo as regras de higiene básicas (lavagem frequente das mãos). O vírus é facilmente eliminado pela utilização de sabão, lixívia, pela ação da luz solar ou por secagem (o vírus sobrevive por pouco tempo em superfícies expostas ao sol);
– Não contacte com animais selvagens vivos ou mortos (macacos, morcegos, antílopes, entre outros). Não consuma a carne desses animais;
– Cozinhe bem os alimentos de origem animal (sangue, carne, leite, entre outros), antes de os consumir (a refrigeração ou congelação dos alimentos não inativa o vírus Ébola);
– Evite o contato próximo com casos suspeitos ou confirmados de doentes com o vírus Ébola;
– Evite o contacto com cadáveres antes e durante cerimónias fúnebres;
– Não manipule sem proteção adequada qualquer material ou objetos utilizados no tratamento de doentes;
– Tenha em atenção que a doença se transmite através de relações sexuais.
Essa transmissão pode ocorrer até 7 semanas depois da recuperação clínica.

Durante a estadia numa região afetada procure cuidados médicos se
apresentar:

– Febre elevada de início súbito (superior a 38ºC);
– Mal-estar geral;
– Dores musculares;
– Dor de cabeça;
– Dor de garganta;
– Manchas na pele;
– Dor abdominal;
– Náuseas;
– Vómitos;
– Diarreia;
– Dores no peito;
– Hemorragias (não relacionadas com traumatismos).

Ao entrar/regressar a Portugal:

– Vigie o seu estado de saúde durante 21 dias. Se apresentar alguns dos sintomas anteriormente referidos ou tiver tido contacto direto, sem proteção adequada, com pessoa doente, contacte a Linha Saúde 24 (808 24 24 24), mencionando a viagem recente e relatando a sintomatologia.
– Caso os sintomas se desenvolvam ainda durante o voo de regresso, no avião, deverá informar a tripulação imediatamente. O mesmo procedimento se aplica em viagens marítimas.