A exposição, intitulada “Tempo: Ilusão imprecisa”, enfoca a produção do artista português Ernesto Manuel de Melo e Castro nas décadas de 1960 e 1970, e apresenta obras da Coleção da Fundação de Serralves, no Porto.

A sua relevância ultrapassa os campos das artes visuais, da poesia e os limites do país. Além de uma radicalidade plástica e conceitual, com a rede de contatos internacional que construiu, Melo e Castro contribuiu para a conexão de Portugal com o mundo e teve um papel fundamental na divulgação da poesia concreta brasileira na Europa.

E. M. de Melo e Castro foi um dos pioneiros e grandes entusiastas do movimento da poesia experimental portuguesa, que se articulou com a poesia visual de países como Inglaterra e França e a poesia concreta brasileira. Em um contexto de censura e repressão, marcado pela ditadura do Estado Novo, o movimento foi uma possibilidade de expressão em tempos sombrios e um regresso dos artistas do país a uma cena artística internacional. Principalmente nos anos 1960 e 1970, editou e participou de uma série de publicações, desde antologias poéticas, livros e cadernos de poesia experimental. Ao mesmo tempo, com outros poetas e músicos, produziu ações e eventos que abriram caminho para o happening e a performance e contrariaram a falta de liberdade do período.

Porém, apesar de sua importância histórica e da reverberação e influência de sua obra na produção contemporânea portuguesa, o artista segue com pouco destaque no cenário artístico de ambos os países. Esta mostra, que enfoca a produção do artista português E. M. de Melo e Castro nas décadas de 1960 e 1970, cuja relevância ultrapassa os campos das artes visuais, da poesia e os limites do país, pretende então apresentá-lo ao público brasileiro e chamar a atenção para sua relevância e vanguardismo.

A exposição ficará patente no Consulado Geral até ao dia 5 de agosto e poderá ser visitada de Segunda-feira a Sábado, das 10h às 17h30. A entrada é gratuita.

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