Mensagem de Natal do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas

 

Chegada mais uma quadra natalícia e de Ano Novo, gostaria de dirigir às Comunidades Portuguesas em todo o mundo algumas palavras, no momento em que inicio as minhas funções e cumprindo uma prezada tradição.

Na época de Natal, as nossas atenções voltam-se para a nossa família, para os nossos amigos e entes queridos, os que temos por perto e os que, muitas vezes por força das circunstâncias e contra a nossa vontade, não podemos reunir à nossa volta. É um tempo de comunhão, de partilha de afetos e de celebração, mas também de reflexão sobre o nosso papel enquanto indivíduos e enquanto comunidade, sobre o presente e o futuro, um tempo que queremos de paz e de esperança, mais ainda quando encaramos uma realidade feita de tantos desafios e incertezas.

A todas as portuguesas e portugueses emigrantes, jovens e idosos, quero expressar a minha profunda admiração pela sua coragem, pela sua determinação em construir um futuro melhor e pela sua solidariedade nos momentos adversos. Estas são as virtudes da alma portuguesa que importa preservar e nutrir, não apenas em época de festas, mas todos os dias e todos os anos.

Aos mais carenciados, aos mais idosos e aos mais sós, aos que passarão o Natal longe do seu país e das suas famílias, uma palavra especial de carinho e de solidariedade. A esses concidadãos, queremos dedicar uma especial atenção no âmbito da nossa ação, garantindo um apoio sustentado aos que se dedicam a prestar-lhes a ajuda de que necessitam, e reforçando a sua proteção social.

A todas as Comunidades Portuguesas, queremos assegurar uma maior ligação à sua Administração e ao seu país. A todas e todos, procuraremos facilitar o exercício da sua cidadania e a sua participação cívica, nos seus países de acolhimento e de residência, tal como em Portugal. E porque sabemos que a “saudade da terra” melhor se alivia no reencontro com o sentimento de pertença e de identidade, tudo faremos, nos próximos anos, por manter vivas a nossa cultura, a nossa língua e a nossa memória.

Penso igualmente nos milhares de jovens que, ao longo dos últimos anos, partiram contrariados, em busca de uma vida melhor, com o sentimento de que é nosso dever promover a sua integração nos seus países de acolhimento, salvaguardando os seus direitos, e esforçarmo-nos por lhes proporcionar uma ligação à sua pátria. Uma das formas de apoiar a nossa diáspora continuará a ser a dinamização do movimento associativo dos emigrantes, enquanto instrumento de coesão e partilha de valores entre as novas e as velhas gerações. Iremos ainda ao encontro dos jovens emigrantes portugueses e luso-descendentes empresários, potenciando o seu contributo para o desenvolvimento do nosso país, da nossa economia e do nosso bem-estar, com eles dialogando nomeadamente através das estruturas locais e associativas e fomentando o seu investimento em Portugal.

Nesta ocasião, não poderia deixar de saudar todas e todos quantos, na nossa rede diplomática e consular, nos serviços internos e externos do Ministério dos Negócios Estrangeiros, contribuem, com o seu trabalho e dedicação, para a melhoria do atendimento e do apoio às Comunidades Portuguesas, ajudando a fazer um Portugal mais próximo dos seus cidadãos, onde quer que se encontrem.

Uma palavra, ainda, de reconhecimento pelas mulheres e homens de cultura, académicos e professores que, todos os dias, promovem e defendem a nossa língua e a nossa cultura no mundo. Também eles são parte do legado da nossa memória e da nossa identidade.

Finalmente, quero prestar homenagem à memória dos nossos compatriotas, vítimas inocentes dos atentados de Paris do dia 13 de novembro último. A estes portugueses que, tragicamente, perderam a vida por se terem plenamente integrado na sociedade francesa e dela fazerem parte ativa, às suas famílias e amigos, o meu mais sentido pesar.

Com o seu contributo para a projeção da nossa cultura, da nossa língua e da nossa economia, e com o seu trabalho de cada dia, os emigrantes portugueses são os melhores embaixadores de Portugal, porque prestigiam o nosso país e a nossa imagem no mundo, uma imagem de um Portugal cada vez mais moderno e inovador.

A todas e todos, desejo um Feliz Natal e um próspero Ano Novo.