VINHO DO PORTO VINTAGE 2016: UMA OBRA DE ARTE

A Natureza, dentro de sua grande sabedoria, determina a cada ano se um vinho nascerá nobre ou se será apenas um vinho comum. Cabe ao Homem descobrir o segredo do produto final e sentir se de fato aquele ano foi excepcional ou não. Com o Vinho do Porto Vintage acontece o mesmo. Dentre todas as categorias de Vinho do Porto existentes a de Vintage é a mais importante porque dá a quem tem o privilégio de degusta-lo a oportunidade de fazê-lo muito jovem, onde uma explosão de frutas vermelhas maduras ocupara todo o paladar ou se desejar guarda-lo por dezenas de anos, poderá sentir como o Vinho, ao sabor do tempo evoluiu, afinou-se e fez surgir uma coleção de aromas e sabores distintos.

Como sempre foi e será cada ano há uma enorme expectativa no Douro se o ano daquela colheita terá algum vinho Vintage.

O acompanhamento na Adega é quase diário, os enólogos provam os vinhos jovens que estão acondicionados em enormes balseiros de madeiro e vão traçando sua lenta evolução e pujança. Passados dois anos de sua colheita, pelo mês de abril amostras são enviadas ao Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, na Cidade do Porto aos cuidados da Câmara de Provadores. Lá 11 experts neste assunto de provas fazem a degustação no anonimato, sem saber de quem é o vinho, de qual Quinta veio e quem é o produtor. A amostra preenchendo os requisitos técnicos mínimos exigentes é então declarada um Porto Vintage, e como junto da amostra foi informada a quantidade de vinho existente naquele lote, o produtor fica autorizado a engarrafar todo o lote e coloca em cada garrafa um rótulo exclusivo informando a categoria Vintage e a safra.

Há anos de grandes qualidades que quase todas as Casas produtoras de Vinho do Porto declaram o ano Vintage, mas como quer a natureza, muitas vezes, algumas áreas do Douro que foram aquinhoadas com o tempo correto e qualidades claramente abundantes podem ter esse privilégio. Quando um numero maior de Casas declara Vintages, dizemos tratar-se de um Vintage Clássico ou Ano Clássico. Mas quando somente algumas conseguem Declarar seus Portos Vintages, inicia-se ai uma longa história do “pagar para ver”, ou seja, vamos acompanhar a evolução desse vinho por muitos anos e só então podemos afirmar que de fato, algo de excepcional ocorreu naquele lugar que deu origem a esse vinho.

É um jogo maravilhoso, onde paciência é o maior dos méritos e prudência com sabedoria se revela à poucos, pois quem elaborou o vinho tem por convicção que sua qualidade é superior e ai submete-se ao grande Júri dos 11 Membros da Câmara dos Provadores do IVDP e espera ser reconhecido em suas teses e seu trabalho.

Depois disto tudo, levar esse vinho á mesa, com boa companhia e se possível um bom Queijo da Serra da Estrela para acompanhar esta fantástica experiência é um prêmio maior que um amante do vinho pode receber.

Para quem desejar se aventurar neste mundo dos Portos Vintages posso informar que as marcas Ferreira, Offley, Sandeman, Noval, Poças, Graham’s, Warre, Dow’s, Quinta do Vesúvio, Cockburn’s, Taylor’s, Fonseca, Weise Khron, Croft, Vargellas, Noval Nacional, Kopke, Burmester, Barros, Cálem, Cruz, Dalva, Quinta do Ventozelo são algumas das mais importantes que já se deram a conhecer.

Assim, podemos concluir 2016 foi um Ano Clássico para o Vinho do Porto no tocante aos seus Vintages!

Carlos Cabral