O Maestro brasileiro João Carlos Martins, durante o Jantar Comemorativo do 102º aniversário da Câmara Portuguesa, recebeu do Governo Português, as insígnias da Ordem do Infante D. Henrique, no grau de Comendador, que foram entregues pelo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário.
A Ordem do Infante D. Henrique é uma ordem honorífica portuguesa, criada em 1960 – ano em que se assinalaram os 500 anos da morte do Infante D. Henrique – e que visa distinguir a prestação de serviços relevantes a Portugal, tanto no país como no estrangeiro, ou de serviços na expansão da cultura portuguesa, de sua História e de seus valores.
“Foi com alegria que soube da atribuição das insígnias da Ordem do Infante D. Henrique por Sua Excelência o Presidente Cavaco Silva, ao Maestro João Carlos Martins, famoso pelo seu talento e história de superação. Através da música, tanto como pianista como maestro, João Carlos Martins sempre teve muito presente a sua ligação familiar e pessoal a Portugal e à cultura portuguesa, carregando com ele valores partilhados pelos dois países. É uma homenagem merecida”, refere o Cônsul Geral de Portugal em São Paulo, Paulo Lourenço. O evento da condecoração aconteceu no dia 02 de dezembro, na Fecomércio, em São Paulo, durante o Jantar Comemorativo do 102º Aniversário da Câmara Portuguesa.
Sobre o Maestro João Carlos Martins João Carlos Martins se apaixonou por música, ainda criança, quando seu pai comprou um piano. Com 11 anos, já estudava o instrumento por seis horas diárias. Seus primeiros concertos trouxeram a atenção de toda a crítica musical mundial. Foi escolhido no Festival Casals, dentre inúmeros candidatos das três Américas para dar o Recital Prêmio em Washington. Aos vinte anos estreou no Carnegie Hall, patrocinado por Eleanor Roosevelt. Tocou com as maiores orquestras norte-americanas e gravou a obra completa de Bach para piano. Foi ele quem inaugurou o Glenn Gould Memorial, em Toronto.
Sua vida parecia destinada à leveza da música clássica, mas João Carlos Martins foi surpreendido quando, em um jogo de futebol, acabou perdendo os movimentos da mão direita. Mais tarde, desenvolveu ainda uma doença chamada Contratura de Dupuytren. Começava a grande luta de sua vida. Anos depois, na Bulgária, onde tinha ido realizar um concerto, mais uma dura prova: durante um assalto, um golpe na cabeça lhe fez perder parte do movimento de mãos novamente. Pensou que nunca mais voltaria a tocar.
Mas como todo grande amor, a música o fez retornar. Realizou grandes concertos, comprou novos instrumentos e tentou utilizar o movimento de suas mãos criando um estilo único de tocar e aproveitar ao máximo a beleza das peças clássicas. Utilizou-se da mão esquerda para suas peças e obteve extremo sucesso com esta atitude. Hoje é pianista e maestro.