O paraíso do golfe existe

Só me falta jogar em dois continentes, na Ásia e na Oceania; nos demais, tive a oportunidade de jogar em mais de uma centena de campos, muitos deles de extrema beleza e em pelo menos uma ou duas dezenas de campos excepcionais.

Na América do Norte, nos grandes campos americanos, no Caribe nos maravilhosos campos da República Dominicana, na África do Sul, em uma dezena de campos fantásticos, dentre os 400 campos existentes. Na Argentina, nos diversos bons campos, no nosso Brasil onde destaco os campos de Trancoso e Comandatuba, ambos na Bahia, na Escócia nos tradicionais campos de Saint Andrews. Mas, apesar de ter gostado muito desses campos, só encontrei o Paraíso indo jogar recentemente em Portugal no Algarve, com seus 48 campos de golfe, e mais precisamente na região Quinta do Lago, que tem ao seu redor 16 grandes campos praticamente juntos.

Experiência inesquecível

Joguei em maio, em plena primavera do hemisfério norte, com temperaturas em torno dos 28 a 30 graus centígrados, o que é excelente para a prática do golfe. Enfrentei um único problema, foi não ter marcado minhas saídas com antecedência (tee time); havia uma multidão, especialmente de ingleses, algo em torno de 75% dos turistas de golfe.

Mas, por outro lado, encontrei o mais alto grau de profissionalismo e gentileza pouco encontrados em outros lugares, com um gerenciamento primoroso dos horários e ainda com marshalls ao longo do campo dando apoio e orientação àquela montanha de jogadores. Infelizmente só pude jogar em quatro campos, naquela semana que lá passei, mas foram quatro campos excepcionais, ficando o grande destaque para o Quinta do Lago Norte, recentemente reformulado, tendo como o principal orientador o grande capitão europeu vencedor da última Riders Cup, Paul Mackinley, que tem uma academia de golfe no local. E também o San Lorenzo, que é de uma qualidade muito boa, só para dar um referencial, é melhor que os melhores do Brasil, e de uma beleza ímpar.

Quem puder ir direto ao Aeroporto do Algarve, na cidade de Faro, então terá uma mordomia adicional, pois em dez minutos estará junto aos principais campos. Eu, como tinha jogos programado na região do Estoril, próximo à Lisboa, fui de carro por uma autoestrada maravilhosa e, em menos de três horas, cheguei ao verdadeiro paraíso.

Conversando com diversos profissionais e até com um médico norte-irlandês com quem tive a oportunidade de jogar, descobri que só é complicado jogar lá entre dezembro e fevereiro, e só quando o inverno é mais rigoroso. Se os campos são maravilhosos, outro ponto que atrai turistas de todo mundo é a qualidade da comida, portuguesa e internacional.

Lá, os visitantes contam com restaurantes que oferecem cartas de vinhos excelentes, sem falar que muitos deles são finamente decorados ou alguns rústicos de beira-mar, como o que leva o nome de seu dono, o Gigi. Fomos duas vezes numa semana a este restaurante, pois o Gigi, que morou em Búzios no Rio de Janeiro, é uma peça rara, nos recebeu de um jeito todo pessoal. Os patrícios do Algarve estão dando um show de competência! Bom de mais!

Viva o golfe!

72 Revista Viva S/A Julho 2015